Volkswagen Sedan




Todos ainda se lembram quando ele surgiu entre nós, há dez anos, tímido e exótico. Foi recebido com reservas e desconfiança, como tudo o que é novo. Embora fosse vendido a preço módico, ninguém o queria porque ele apresentava estranhezas de construção até então nunca vistas pelo público brasileiro nos carros que aqui vinham ter.

Mas o carrinho teve também sua oportunidade e dela se aproveitou bem para demonstrar seus méritos, conquistando um número cada vez maior de admiradores e criando em torno de si um círculo crescente de popularidade: quanto mais se tornava conhecido mais aumentava seu prestígio.

Hoje, mais de 100 mil carros dessa marca em uso no pais (mais da metade são sedans) comprovam sua receptividade entre nós.

O sedan Volkswagen começou a ser produzido no Brasil em janeiro de 1959, nas instalações de São Bernardo do Campo, S.P. (única fábrica VW fora da Alemanha) onde já eram produzidos a perua e o furgão desde 1957. Atualmente, 2.500 sedans, em média, saem mensalmente da linha de montagem, representando cerca de 50% dos autos de passageiros aqui produzidos.

Histórico


O primeiro Volkswagen foi apresentado em 1939, na Exposição Automobilística de Berlim. Era o resultado do projeto genial e do trabalho de Ferdinand Porsche.

Em 1933, quando a crise obrigava a Europa a importar carros americanos – grandes demais para suas necessidades - um dos maiores projetistas mundiais autônomos, Ferdinand Porsche, foi incumbido pelo governo alemão de idealizar e construir um carro econômico, eficiente cômodo. Relutante a principio, Porsche logo se entusiasmou com a possibilidade de concretizar o carro de seus sonhos, e atirou-se ao trabalho. Logo porém começaram a faltar apoio e recursos necessários à realização do empreendimento - sem precedentes no mundo. Então, praticamente sozinho, Porsche passou a lutar por ele.


Seis anos mais tarde, finalmente, iniciava-se a produção do carro, na grande fábrica especialmente construida em Wolfsburg.

Entretanto, apenas alguns automóveis saíram da linha de montagem, logo ela teve de ser adaptada para produzir o famoso utilitário militar VW, normal ou anfíbio, pau para toda obra do exército alemão.

Terminada a guerra, mais de 3/4 da fábrica estavam destruídos e nenhum dos aliados se interessou pelo carro. Todos concordaram que não tinha futuro; todos menos um pequeno grupo de operários que se atirou à reconstrução da fábrica. Já em fins de 1945 produziram nada menos de 7.713 veículos e em 1949, quando a fabrica foi entregue ao governo da República Federal Alemã, a produção ascendia a 46.000 veículos por ano.

Dai para cá vem ela crescendo numa fabulosa curva ascensional. Até hoje foram fabricados mais de 4 milhões de carros e, este ano, a produção deverá atingir 1 milhão.

O SEDAN VOLKSWAGEN


marca: Volkswagen
ano: 1961
tipo: sedan duas portas
fábrica: Volkswagen do Brasil S. A. - Via Anchieta km 23.5 - São Bernardo do Campo, São Paulo nacionalização declarada: 92%
carros já fabricados de (JAN/59 a JUN/61):40.245
cores disponíveis para a carroçaria (entre parênteses a do estofamento, sempre em dois tons); água-marinha (verde). verde-berilo (verde), branco-pérola (cinza e havana), turquesa (verde), cerâmica cinza) safira cinza).


Particularidades técnicas


O motor VW é um quatro-tempos de quatro cilindros horizontalmente opostos, que tem a vantagem de quase não apresentar forças e conjugados de inércia, uma vez que os êmbolos (pistões), bielas e manivelas de arvore se opõem dois a dois, contrabalançando-se. Consequentemente o motor é mais equilibrado e seu funcionamento suave em condições normais (ocorre grande vibração quando há falha nos cilindros).

A grande superfície externa dos motores desse tipo possibilita a vantajosa utilização do arrefecimento a ar. Este é forçado por uma turbina (ventoinha) a circular através das aletas do bloco de cada cilindro, resfriando-os por convecção. Um dispositivo automático impede a passagem do ar, enquanto o motor está frio, com o que se obtém rapidamente a temperatura normal de funcionamento.

As baixas rotações são duplamente prejudiciais ao bom rendimento desse motor porque combinam o superaquecimento, resultante do trabalho forçado, a insuficiência de circulação decorrente da pouca rotação da ventoinha e também da baixa velocidade do veículo.

O VW possui um radiador de óleo para auxiliar o arrefecimento do motor e principalmente para manter o óleo dentro de limites admissíveis de temperatura, indispensáveis à preservação de suas qualidades básicas.

Ficha Técnica



MOTOR - traseiro, quatro cilindros horizontais opostos, a quatro tempos. Cilindrada total 1.192 cm": diâmetro 77 mm; curso 64 mm. Potencia máxima 36 HP a 3.700 rpm. Taxa de compressão 6,6:1. Conjugado 7,7 kgm a 2.000 rpm. Válvulas na cabeça, comandadas por vareta e balancim; arvore de comando central comandada por pinhão. Culatra em liga leve. Lubrificação a pressão por bomba de engrenagem e radiador de óleo; capacidade do cárter 2,5 I Um carburador Solex 28 PCI, de sucção descendente, alimentado por bomba de gasolina mecânica e filtro de ar em banho de óleo. Refrigeração a ar por turbina. Equipamento elétrico Bosch de 6 volts: gerador de 170 watts a 2.500 rpm e motor de partida de 0,5 HP.

TRANSMISSÃO - grupo motopropulsor traseiro. Embreagem por monodisco seco. Câmbio com quatro velocidades para a frente, todas sincronizadas, e marcha-a-ré, (quarta sobremultiplicada). Diferencial, por engrenagens cônicas com dentes helicoidais, com desmultiplicação 4.43:1 e semi-eixos oscilantes. Capacidade da caixa 2,5 litros.

CHASSI - Plataforma com viga central e for quilha atrás. Suspensão dianteira com rodas in dependentes, por duas bielas longitudinais e barras de torção laminares transversais. Suspensão traseira, com rodas também independentes, por braços longitudinais e barras de torção transversais. Amortecedores hidráulicos telescópicos na frente e atrás. Freio hidráulico sobre as quatro rodas; freio de estacionamento mecânico sobre as rodas traseiras. Direção por rosca sem fim. Tanque de gasolina para 40 litros.


O FENÔMENO VOLKSWAGEN

Estética


Planejada há mais de 22 anos a carroçaria do Volkswagen sofreu menos modificações do que sua própria parte mecânica. Seu atual aspecto externo pouco difere do desenho original: teve apenas ampliados o para-brisa, a janela de trás e as lanternas traseiras, reforçados os para-choques e alterados alguns detalhes de menor importância

O traçado de suas linhas - avançadas para a época em que foi lançado - obedeceu as exigências básicas do aerodinamismo e da funcionalidade. Nele o racional se sobrepôs aos ditames da moda, criando um carro cuja estética é fruto de suas próprias finalidades, das exigências da técnica e não dos voos de imaginação dos estilistas

Tudo nele parece existir em função de algo pratico: seu perfil afilado e quase simétrico visa obter o máximo de penetrabilidade aerodinâmica. Os para-lamas salientes, ainda não incorporados à carroçaria, o para-brisa plano e o estribo externo, herdados de sua concepção original são as únicas exceções.

O tamanho dos faróis contrasta com a delicadeza do carro e os para-choques se sobressaem muito. Os cromados, usados com parcimônia e judiciosamente distribuídos e os lavrões estampados na própria chapa, conferem-lhe um aspecto um pouco mais requintado e elegante. O brasão da cidade de São Bernardo do Campo, colocado na parte frontal do capuz da mala, dá ao carro uma nota personalíssima mas, infelizmente, pouco duradoura, pois sua fixação precária não resiste ao vandalismo dos nossos "filhinhos de papai". Originais e vistosas são as calotas, mas muito salientes, o que as sujeita a serem arranhadas ou amassadas contra o meio-fio.

Acabamento


Os cromados são satisfatórios na aparência e na qualidade. As tintas empregadas em sua pintura, são muito bem escolhidas em suas seis cores disponíveis e apresentam boa durabilidade. O estofamento é impecável mas as forrações deixam a desejar, como veremos adiante. Nos seus detalhes, em geral, o VW apresenta um bom acabamento.



Interior


O aspecto interno da cabina é bastante agradável. O painel simples e funcional tem um friso cromado horizontal em toda a sua extensão. Pena é que suas várias seções não coincidam tão bem quanto nos antigos modelos. Um porta-luvas amplo e bem acabado, mas que peca por não ter chave, e um balaústre talvez antiestético mas de utilidade, completam seu lado direito. O cinzeiro central, tipo gaveta, é bastante cômodo.

Um espelho retrovisor de dimensões corretas é montado sobre um suporte comum a ambos os para-sóis (não utilizáveis lateralmente). Sob o painel, situa-se a garrafa plástica do lavador de para-brisas (manual), cuja rosca espanada fez com que a água molhasse o interior do carro teste, ao ser usada. O túnel central, muito saliente, reduz bastante o espaço útil. Todavia é uma imposição da estrutura do veículo, abrigando a viga mestra do chassi e servindo de conduto para os cabos de comando e para o fluxo de ar aquecido.


Um estofamento plástico de bom gosto e muito bem executado recobre bancos e encostos. As forrações das portas em plástico gomado e a do teto em couro plástico perfurado são bem cuidadas, mas o mesmo não se pode dizer da parte frontal, sob o painel, do túnel, e do bagageiro que é grosseira e não muito bem fixada. Uma bolsa muito proveitosa completa o acabamento da porta esquerda e um descansa braço o da direita. Este apoio lamentavelmente é agora maciço, não servindo mais de pega para puxar a porta como em modelos anteriores. As maçanetas (manivelas e trincos) das portas são bem localizadas, mas não muito próprias para puxar a porta. Os trincos dos vidros defletores de ar são duros e mal colocados: o da direita tem de ser aberto pela mão esquerda e vice-versa. Talvez ficassem melhor colocados verticalmente.

Cabides e alças de segurança nas colunas laterais são muito úteis, mas o foco de iluminação colocado na da esquerda é pouco eficiente e muito frágil. Atrás, um único cinzeiro no painel da direita pode deixar o fumante da esquerda embaraçado.

Os tapetes de borracha são bem confeccionados.

Instrumentos


Os instrumentos do painel se resumem em dois mostradores: um grande, circular, situado pouco acima da coluna do volante, para o velocímetro, hodômetro e luzes de advertência; outro menor, quadrado, logo à direita do primeiro, para o marcador de gasolina.

O velocímetro possui escala circular graduada de 0 a 120, correspondente à velocidade em quilômetros por hora. Traços vermelhos em número de um, dois e três, respectivamente, indicam o limite de velocidade máxima admissível em cada marcha. Seu ponteiro não tem extremidade afilada e quando repousa sobre o pino/batente não coincide exatamente com o 0, ficando acima dele.

As luzes indicadoras são: a azul, no centro em cima, que indica estar ligado o farol alto; a vermelha embaixo à esquerda, indica descarga da bateria e, em marcha, o não funcionamento da ventoinha; a verde, embaixo, à direita, indica a baixa pressão do óleo, e a dupla seta, entre ambas, o funcionamento do pisca-pisca.

O indicador de gasolina possui quatro marcações, de cheio a vazio, sendo que o último quarto é assinalado como reserva. A marcação 2/4, para indicar meio tanque, bem podia ser simplificada para 1/2.

Comandos


Apesar de guardarem uma proximidade demasiada, os pedais são comodamente acessíveis e de acionamento suave. No centro, sobre o túnel, localizam-se a alavanca do câmbio (talvez a mais dócil dentre os carros nacionais), a alavanca do freio de estacionamento e a torneira do ar quente.

O volante tipo cônico com dois braços horizontais tem sob ele, à esquerda, ao alcance dos dedos, a alavanca do pisca-pisca com retorno automático.

No painel há três botões de tração, todos muito bem distribuídos e acessíveis: o do alto à esquerda acende as lanternas num primeiro estágio e os faróis no segundo, regulando também, ao girar, a intensidade da luz dos instrumentos; o do alto, a direita, liga os limpadores de para-brisa o inferior, a direita, comanda o afogador. A luz alta e baixa dos faróis é trocada no interruptor do assoalho. A partida é dada pelo giro da própria chave de ignição.

A luz interna é controlada por um interruptor, nela incorporado, com três posições: para baixo - acesa; no centro - apagada: em cima – ligada ao interruptor da porta.

Habitabilidade e conforto


Tanto o motorista quanto o passageiro que viaja a seu lado ficam muito bem instalados, pois os bancos dianteiros individuais são anatômicos, de boa altura e podem ser avançados ou recuados ficando em 6 posições diferentes, seus encostos envolventes são reguláveis em três inclinações possíveis. O espaço para as pernas é razoável, apenas um pouco limitado transversalmente.
Os que viajam atrás não gozam do mesmo conforto. Embora o assento seja cômodo, o espaço para as pernas é limitado não só pelos bancos da frente mas também pelo túnel e pelas saliências laterais dos vidros (além do teto, para os altos). Os vidros traseiros são fixos.

Bagageiros


O Volkswagen possui dois espaços para o transporte de bagagens: O porta-malas propriamente dito e o vão, atrás do banco posterior. Este é mais espaçoso que aquele mas bastante incomodo na carga e na descarga. O porta-malas sob o capuz frontal tem seu espaço bastante reduzido pela presença de estepe e tanque de gasolina. Ambos perfazem 200 cm² de capacidade total.


Visibilidade


Bastante satisfatória à frente. A excepcional inclinação do cofre, dá uma boa visão do solo próximo ao carro, mas dela não usufruem as pessoas de baixa estatura, por causa da altura do painel de instrumentos.

Os espaços não envidraçados atrás geram angulos mortos que escondem por muito tempo um carro que nos esteja ultrapassando, o que é mau, sobretudo se não houver espelho externo. Lateralmente, à direita e à esquerda, a visibilidade não poderia ser melhor, como nos mostram os gráficos.








Acessórios



Além dos acessórios já mencionados nos itens anteriores (cinzeiros, para-sóis, alças de segurança, cabides, balaústre, lavador de para-brisa, sistema de aquecimento) e dos reforços do para-choque, acompanham o veículo: uma roda sobressalente com pneumático (estepe), uma bolsa de ferramentas; um macaco mecânico; uma correia de reserva para dínamo/ventoinha, um livro de instruções e um livreto de serviços técnicos.


Impermeabilidade


Possuindo sua parte inferior toda carenada e borrachas vedadoras de boa qualidade, o VW apresenta uma satisfatória impermeabilidade à água e ao pó, exceção feita à canaleta dos vidros na coluna do defletor de ventilação e nas guarnições do capuz dianteiro e traseiro, onde há penetração quando é forte o fluxo de água.

Manutenção



O manual de instruções esquematiza de maneira clara e detalhada como proceder aos primeiros cuidados requeridos para o bom funcionamento e desempenho do carro, bem como sobre sua melhor utilização.

As principais operações de manutenção são fáceis.

O compartimento do motor é bastante acessível: aberto seu cofre (trinco dotado de fechadura), é ele assim mantido por molas, deixando à mostra os principais órgãos anexos do motor, tais como carburador, distribuidor, bobina, bomba de gasolina, etc.

É simples a verificação do nível do óleo, mediante a vareta bem visível e cômoda, embora um pouco próxima da correia. A reposição do óleo é igualmente fácil, dada a ótima situação da tampa.

Como a refrigeração não é por água, sua única exigência periódica é a verificação da tensão da correia.

O reabastecimento de combustível requer a abertura do cofre dianteiro (Comando sob o painel, à esquerda), onde se situa o tanque.

A bateria, por sua vez, é de pouca acessibilidade, situada que está sob o banco traseiro, cuja retirada se impõe para seu exame e reabastecimento.




 

 TESTE DINÂMICO


Dirigibilidade


O comportamento do Volkswagen na estrada pode ser considerado como notável, graças à feliz combinação das principais qualidades exigidas para uma boa dirigibilidade: aceleração, estabilidade, direção e freios.

O motor responde bem às solicitações do motorista e proporciona boa aceleração com uma folgada supremacia nas piores rampas. Nisso e auxiliado por uma caixa de mudanças bem relacionada e dócil ao comando.

O veículo agarra bem à estrada, não se inclinando lateralmente mesmo nas curvas feitas a grande velocidade. A direção é leve e precisa e os freios, bastante obedientes, têm um desempenho excepcional como veremos adiante.

Na cidade, seu tamanho, ligeireza, e agilidade nas viragens o tornam um carro extremamente maneável, que vence com facilidade a transito congestionado e "cava" o estacionamento em espaço reduzido.

Velocidade


A redução das marchas na nova caixa de câmbio fez decrescer a velocidade máxima do carro de 118 para 112 km por hora, mas ainda assim ela é mais que satisfatória para as condições de nossas estradas. (A fábrica, em todo caso, indica a velocidade máxima de 110 km/h).

Aceleração


A maior redução das marchas, se prejudicou levemente o carro baixando-lhe a velocidade máxima, compensou-o bastante por outro lado, melhorando-lhe a aceleração. Nos limites de utilização das três marchas inferiores, o VW dispõe de uma retomada de velocidade verdadeira. mente notável. O limite máximo previsto no velocímetro para cada marcha pode ainda ser ultrapassado, em caso de necessidade, levando-se o motor a uma super rotação que ele suporta bem e sem falhas.

A resposta do motor à aceleração é pronta e vivaz, sem qualquer incerteza, o que é altamente vantajoso no transito urbano. A quarta e menos brilhante, proporcionando boas retomadas somente acima dos 70 km/h.

Arranque


A qualidade do motor e o bom relacionamento das marchas inferiores permitem uma extraordinária saída. Para isso contribui muito a perfeita sincronização, inclusive da primeira.


Estabilidade


Dada a colocação do motor na traseira, O VW caracteriza-se pela super viragem nas curvas (a traseira tende a sair para fora; o carro fecha mais a curva). Tal efeito entretanto não se manifesta acentuadamente, sobretudo em estradas pavimentadas ou quando a carga frontal do veículo é maior que a posterior. Apesar disso, é boa norma fazer com que este carro percorra as curvas com o motor puxando. Para tanto, reduz-se a velocidade antes delas (inclusive cambiando para a marcha inferior, se for o caso) acelerando-se ao tomá-las.

Um molejo firme porém suave, bons amortecedores e estabilizadores garantem um perfeito equilíbrio e uma inclinação mínima nas curvas.


Motor


Dotado de boa dose de potência e elasticidade serve bem às maiores exigências. Seu funcionamento é quase isento de vibrações, embora um tanto ruidoso, como o são particularmente os motores resfriados a ar.

O motor do carro teste apresentou de inicio valores menores para a eficiência da queima e para a compressão (esta última mediu 125 libras por polegada quadrada no primeiro e no quarto cilindros, 120 no segundo e 122 no terceiro).

Direção


O Volkswagen possui uma direção bem dimensionada com boa redução na caixa o que diminui a transmissão das vibrações das rodas ao volante, sem prejudicar a leveza e a segurança. São necessárias duas voltas e meia do volante para passar do ângulo máximo de direção à direita para o máximo à esquerda.

O raio das curvas mais fechadas que consegue realizar à direita tem 10,66 m e à esquerda 10,88 m. Melhorou assim o carro teste os valores especificados pela fabrica, que são 11 m para ambas, com 2,4 voltas do volante.


Freios


Os freios são eficientes e obedecem bem à mais leve pressão sobre o pedal. Sua progressividade é convenientemente dosada.

A retardação (desaceleração) média, recomendada para os carros com o freio nas quatro rodas, é de 7 a 8 metros por segundo. O VW apresenta uma desaceleração de 7,48 m/seg", numa freagem normal e 9,06 numa de emergência, valores que representam a boa qualidade dos seus freios. A área total de freagem é 520 cm².



Consumo


O Volkswagen é um carro econômico, principalmente se levarmos em consideração sua cilindrada de 1.200 cm³. Apresenta maior consumo a baixas velocidades do que a altas. Por isso sua demanda de combustível, no trânsito apertado da cidade, à velocidade média de 15 km/h, eleva-se a 15 litros cada 100 km (6,7 km/litro). Sua faixa de maior economia situa-se entre os 70 e os 90 km/h - velocidades comumente usadas em autoestradas onde cobre 13,42 km/litro, valor superior ao especificado.




Supremacia nas rampas


Os valores obtidos no teste estão abaixo dos especificados pela fábrica. São toda. via razoáveis para o carro.

NOTA: As grandes diferenças verificadas em 1ª e em 2ª talvez tenham sido devidas à
embreagem do carro teste, que patinava muito, quiçá por prematura fadiga de suas molas.

Aferição do velocímetro e do hodômetro


A tomada de movimento para o velocímetro é feita na roda dianteira esquerda e não na caixa de mudança, como o normal. Isto representa alguns inconvenientes: o velocímetro acusa velocidade mesmo que a roda gire em falso, flutuando sua marcação, em virtude do menor agarramento dessa roda à pista (peso maior atrás), do seu arrastamento nas curvas ou ainda conforme as curvas sejam à direita ou à esquerda.

Eis porque as variações chegam a atingir 8,15%, excluindo-se as baixas e altas velocidades em que a imprecisão é maior (a 10 km/h o erro é de 16,8%). Com um erro percentual inferior a 10%, na faixa de velocidades intermediarias, o velocímetro do VW pode ser considerado regular.

O que se verificou com relação ao velocímetro é válido para o hodômetro (contador da quilometragem percorrida), acrescido de outra deficiência: mal enquadramento dos números no mostrador e sua movimentação não uniforme. Operado com a máxima cautela, acusou erros negativos médios de 13,90% por quilômetro, num sentido da pista, e de 32,55%, em sentido oposto. Inexato demais, portanto.

Conclusão


À excepcional reunião de características superiores num carro essencialmente prático e econômico se deve o êxito do Volkswagen, basicamente inalterado desde o seu lançamento há 22 anos, num fenômeno que só encontra paralelo no famoso modelo T da Ford.

Sua funcionalidade compensa suas pequenas deficiências e falhas - que patenteiam a necessidade de uma revisão mais eficaz por parte da indústria nacional.

Embora sua aparência possa provocar uma primeira impressão desfavorável, em comparação com carros mais modernos, tal preconceito logo se desfaz quando se dirige o VW.



Volkswagen Sedan Volkswagen Sedan Reviewed by Redação on abril 24, 2019 Rating: 5

Nenhum comentário:

Imagens de tema por IntergalacticDesignStudio. Tecnologia do Blogger.